Grandes exposições de arte urbana movimentaram a cidade.
Sejam os homens sentinelas no alto dos prédios, seja a Iemanjá multicultural pousada solene nas águas, tudo é deleite aos olhos.
Nelas, não só a plasticidade das obras que os artistas trazem, nos servem de reflexão.
Nós cariocas, tão apaixonados pela beleza infinda de nossa cidade, muitas vezes, passamos por ela com olhos nublados,
imersos na banalidade de nosso dia a dia e nas mazelas comuns das grandes metrópoles.
De certo, a beleza estonteante de cartão postal parece desculpar todo o descaso, mas ao quebrar o ritmo do cotidiano
com sua presença inusitada, uma obra de arte sob o sol, generosa para todas as platéias, nos faz retornar uma percepção
de como somos abençoados. Por isso, quando vemos uma inesperada escultura flutuando na praia cinzenta de nossa bela baía, talvez possamos lembrar, que um dia aquelas águas já foram azuis e salubres.
E este olhar renovado, igual ao deslumbre inicial que todo turista derrama sobre o Rio, nos clama por cuidar, lutar e cobrar pela preservação de nossa natureza ímpar.
Precisamos não nos acostumar com o esplendor que nos cerca. Considerá-lo banal e eterno, nos impede de lutarmos por ele.
Temos que olhar o Rio com o olhar estrangeiro, embevecido !
E projetos de arte pública podem nos fazer acordar.
Aproveitem os últimos dias das mostras que nos brindam e alegrem-se, pois em breve outro festival de arte urbana estará chegando.
Em outubro, o ARTIGO ESSENCIAL ARTE URBANA vai encher os olhos do Rio. Olhares gringos e nativos ! Aguardem !
Curador e realizador do festival
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